Complicações Na Gravidez

Complicações na gravidez: Incompetência Istmo Cervical

Incompetência (ou Insuficiência)  Istmo Cervical –IIC  é uma das complicações na gravidez que trazem muitas preocupações. Eu não conhecia este problema, a incidência do IIC é de 1 x 1000 em gestantes e a mulher só descobre após um aborto espontâneo ou com o pré-natal.

Fernanda superou todas as indicações clinicas negativa: pré-câncer, indicação de conização do colo do útero, diagnóstico do IIC, suspeita de má formação do feto…. A Fernanda viveu tudo isso e hoje, compartilhamos aqui todas a informações fornecidas por ela, para você saber que, mesmo diante de tantas complicações, com muita fé, ela teve um final feliz e hoje é mãe. Vem ler!!!

Heitor: uma vitória no sonho de ser mãe

Complicações na Gravidez

        1)Sua gravidez foi planejada?

Não. Há 3 anos faço tratamento para nódulos no colo do útero, o famoso pré-câncer. Porém, cheguei ao nível máximo, sendo recomendado a conização (procedimento cirúrgico para retirada de uma parte do tecido do colo em forma de corne, para averiguar se existem células cancerígenas no organismo), reduzindo assim a minha chance de ser mãe, além disso, já possuía diagnóstico de ovário policístico (em tratamento há muitos anos) e já com 35 anos.  Se eu quisesse ser mãe, essa era a única chance que tinha. Tinha um namoro de 5 anos, conversamos e resolvemos ter nosso filhote.

Sabemos até o período em que o Heitor foi concebido, fiquei atenta e logo após o atraso menstrual, realizei o exame BetaHCG e para nossa alegria estava grávida.

      2)Você fez pré-natal? Como foi a constatada a complicação na gestação?

Sim. Após o 1° ultrassom foi diagnosticado o colo e útero fino, o IIC, desde então, passei a fazer parte do grupo de GESTAÇÃO DE ALTO RISCO. Em uma consulta normal para levar o USG, já fui internada para realizar o procedimento “cerclagem”.

Apesar da médica que realizou o exame sugerir que eu não fizesse a cerclagem, pois poderia ter um bebê com má formação, sabia que não fazendo eu  poderia ter um aborto ou eu entraria prematuramente em trabalho de parto e meu filho viria falecer (normalmente isso acontece até a 25º semana).

Disse NÃO AO ABORTO. Foi necessário que após a cerclagem  eu fizesse 2 semanas de repouso absoluto. O que foi torturante, pois vinha de um ritmo de trabalho que variava entre 11 e 12 horas e de repente passei a levantar apenas para ir ao banheiro.

      3)Você ficou internada num hospital especializado?

Sim, como sou funcionária pública tenho direito aos dois hospitais do servidor aqui de São Paulo ( Municipal e o Estadual) e também tenho um plano de saúde particular. Usei todos! E em todos os resultados eram os mesmos.

A chance de interromper a gestação antes do nono mês era gigantesca, por isso, ia aos obstetras toda semana, na terça e quinta no servidor e na quarta no convênio. Segunda e sexta fazíamos exames.

    4)Houve a suspeita de má formação do feto. Como  foi passar a gestação com esta suspeita?  Quais os primeiros pensamento e sentimentos?

Logo após a 2º morfológica descobrimos uma suspeita de má formação. Passei a realizar consultas semanais com diversos profissionais (Medicina fetal, Obstetra e Nutricionista).

Com o risco de uma má formação eu gelei: não só eu, como o Fernando. Lembro-me de nós dois chorando após a notícia, no corredor. Fiz vários exames na busca de algum vírus, inclusive a ZIKA , que explicasse o percentil baixo.  Ali, pelas mãos de uma enfermeira recebi a primeira oração, pela cura do Heitor. Aquele dia o Fernando não trabalhou e tanto a minha família quanto a dele entrou em um silêncio profundo. Faltou o chão.

Foi bem no auge da ZIKA, ver na televisão aqueles bebes com deficiências profundas, abalava meu coração. É uma dor que não sei como descrever, um pavor. Ver os dias passando e esperar os resultados dos exames e não achar nada. Fazer vários USG, ver a médica fazendo e refazendo cálculos. Olhar aquela curva que não subia era aterrorizante. Não existe outro nome a não ser MEDO.

     5)O que fez para superar as dificuldades e durante o período de repouso?

Orei muitoooo e me preparei para a chegada dele. Pois mesmo em meio a tantas e tantas lágrimas eu acreditava no meu milagre. Uma médica sugeriu que eu bordasse e pintasse para me distrair.

Disse deveria pensar que o Heitor precisava que eu ficasse em paz, pois só assim iria oxigênio suficiente e ele se desenvolveria. Foi aí que mesmo sem nunca ter usado uma máquina de costura, peguei uma máquina emprestada da minha tia e comecei a costurar: fiz toalhinhas para lembrancinhas do nascimento do Heitor, bordei vários body, costurei até o bandô do mosquiteiro .

Como costurar era só ficar sentadinha na máquina, no lugar de ficar apenas deitada eu passei bastante tempo sentadinha na máquina costurando. Bordava nas madrugadas, pois não tinha muito sono na gestação.

Heitor – filho da nossa querida Fernanda Jardim

   6) Como foi o nascimento do Heitor?

No exato dia que pela USG e pelas contas eu completava 9 meses. Não foi como sonhei, mas como Deus permitiu. Não entrei em trabalho de parto (sempre quis), mas os médicos não queriam correr o risco de existir o trabalho de parto e rasgar todo o meu útero, uma vez que eu estava cerclada. Além disso, estava com baixo índice de liquido amniótico e não seria um parto fácil já que era um bebê  pélvico. Fui indicada ao parto cesárea.

Nasceu com a notinha APGAR baixa, então não pode ficar comigo. Mas o vi, tirei foto e louvei a Deus, pois mesmo com toda a possibilidade dele nascer com alguma má formação meu filho veio ao mundo PERFEITO. Ainda observamos que  tinha um pezinho torto – que estamos tratando – pois isso é resultado da posição intrauterina e acarreta um probleminha no quadril. Nada grave me assegurou o ortopedista infantil.

   7)Depois de ter passado o momento de crise, como se sente? Faria tudo de novo?

Sinto-me feliz, feliz, feliz. Estarei tranquila, após todos os exames tiverem acabado. Mas amoooooooo  meu filho e Louvo a Deus por sua vida e pela vitória que nos deu.

O bebê, que deveria ser abortado (como foi sugestão de uma médica) ou o “monstrinho” como foi chamado por outra, é para mim a obra prima de Deus, e não abro mão desse amor. Estar no hospital, no setor de alto risco não é algo agradável. Vivenciei muitas histórias tristes de futuras mães e mães guerreiras que estavam lá como eu lutando por sua vida e a de seus filhos.

Ainda temo diante da possibilidade de perder o colo do útero, ainda tenho um longo caminho, pois continuo em tratamento.  Já fiz vários exames como papanicolau e colposcopia com biopsia. Estou aguardando o resultado.

Então, agradeça quem não teve ou tem que passar por isso, pois não é uma experiência absolutamente tranquila, como deviria ser toda gestação.

FIM!

Após conhecer a história da Fernanda, corri em busca de mais informações.

No post de 6° feira, trago mais informações sobre o que é o IIC (Insuficiência  Istmo Cervical) e o procedimento Cerclagem. Não perca!

Mil bjs,